Os meus pais iniciaram os dois no mesmo ano a sua actividade profissional, 1988, iniciando também, nesta fase, a sua independência relativamente ao consumo, uma vez que até aí o que consumiam eram os pais que pagavam.
Ainda de solteiros, adquiriram alguns electrodomésticos comprados em pequenas superfícies e a preços bastante elevados, pois ainda não havia a concorrência das grandes superfícies.
Foram sempre moderados no consumo, apenas iam adquirindo os seus próprios bens, conforme a disponibilidade financeira.
Com o surgimento da facilidade de contrair empréstimos, arriscaram, em 1992, a aquisição do primeiro automóvel e, em 1996 a aquisição de casa própria.
Em conversa com os meus pais, deu para perceber que, principalmente nos anos 80 e até meados dos anos 90, os comerciantes abusavam demasiado nos preços dos produtos e tinham pouca variedade. Graças ao aparecimento, cada vez mais, de grandes superfícies comerciais, a variedade de produtos cada vez foi maior e os preços também moderaram, devido ao aumento cada vez mais de concorrência.
Através desta entrevista, pude concluir que os casais fazem o grosso do consumo nos primeiros anos de casados, continuando, no entanto, as despesas com os produtos de primeira necessidade, alimentação, educação dos filhos, saúde, vestuário e manutenção dos bens. Tudo isto exige uma grande gestão no controlo das despesas do casal.
Gonçalo Ventura
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