Sobre Nós

Somos a turma C do 9º ano da Escola Básica Integrada Cidade de Castelo Branco.

Sobre este Blog

Vai ser utilizado para fixar os trabalhos da disciplina de Área de Projecto dos alunos.

A Lousa nos 30 e 40

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A minha avó Maria dos Santos Pires Mendes Micaelo nasceu, na Lousa. Filha de agricultores, Francisco dos Santos Mendes e Joana Pires, é a penúltima de 6 irmãos. Todos foram à escola e aprenderam a ler e escrever.

A minha avó trabalhou muito, a lavar a roupa, a fazer a comida para a família, a trabalhar no campo, a amassar o pão, entre outras coisas. No seu pequeno terreno, semeava feijão-frade, centeio, trigo, aveia, milho, etc., para poderem comer e darem de comer aos seus rebanhos de ovelhas e a uma manada de vacas, das quais tiravam o leite para venderem e fazerem queijos. Com as vacas, lavravam o seu terreno para voltarem a semear os seus alimentos.

Uma vida com pouco para dizer, mas muito dura.



Ana Sofia Marques Barata

Um canteiro dos Escalos

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O meu avô José Marques Micaelo nasceu, nos Escalos de Cima. No seu tempo, não havia tantos luxos como há agora, por isso passou por muitas dificuldades, como por exemplo ajudar o pai no campo. Mas, mesmo assim, teve a oportunidade de ir para a escola e aprender a ler e a escrever, uma coisa que muitos meninos da sua idade não tiveram possibilidade.

Como ele era o mais velho de 5 irmãos, teve de deixar a escola para poder voltar ao campo a ajudar o seu pai. Os rendimentos desta família baseavam-se num grande rebanho de ovelhas, das quais vendiam os borregos, faziam os queijos, a tosquia que era sempre uma festa e também semeavam feijão-frade, trigo e milho. E era esta a fonte de alimento desta grande família. O pai do meu avô deslocava-se, a pé, no Verão, para os baldios da Serra da Estrela, com o seu grande rebanho.

Aos 11 anos de idade foi aprender a ser canteiro e exerceu esta profissão até aos 28 anos. Depois disso, emigrou para a França, deixando a sua família. Quando regressou, com o dinheiro que tinha ganho, comprou um terreno, onde fez a sua actual casa, em que está bem visível a sua profissão de canteiro. Sendo uma profissão em vias de extinção, foi solicitado para trabalhar em vários locais, alguns deles foram Idanha-a-Nova e Monsanto, a aldeia mais antiga de Portugal.

E foi assim a vida dura do meu avô.



Ana Sofia Marques Barata

Um pastor nos anos 30 e 40

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O meu bisavô, Domingos Roberto, nasceu no dia 15 de Novembro de 1921.

Filho de pastores, começou a sua vida de pastor desde os 10 anos, não tendo assim oportunidade de ir à escola. Trabalhou nas maiores casas agrícolas da Póvoa de Rio de Moinhos. Os rebanhos de ovelhas que guardava eram grandes, chegando a atingir as quatrocentas ovelhas e algumas cabras.

O seu ordenado era pago em géneros, alqueires de pão e quartilhos de azeite, poucas quantias de dinheiro e ainda a forra, isto é, as ovelhas que o pastor comprava, que andavam no rebanho, em que a lã e os borregos pertenciam ao pastor e o leite proveniente delas ao patrão.

Havia algumas doenças que atacavam as ovelhas e a mais habitual era a baceira, isto é, os fígados desfaziam-se e a barriga inchava, e naquele tempo não havia veterinários.

A vida de pastor era dura, dormia na choça ao lado do bardo feito de cancelas e caniços, atados com verga de salgueiro, e levantava-se sempre que o sol nascia, para ir vigiar o rebanho. Ao fim do dia de trabalho, ia ordenhar as ovelhas, deitando-se quando o sol se punha.

Para além de guardar os rebanhos, também, juntamente com o maioral, fazia queijos e os produtos provenientes do leite.

Os queijos eram feitos de acordo com as técnicas tradicionais da região: o leite era coalhado com a mistura do cardo, passava aos cinchos, para ser espremido e passar a ter a forma de queijo. Depois de algum tempo, era posto em tábuas, na queijeira, que era de terra batida e de telha vã, para ter uma temperatura regular.

O meu avô tem neste momento 88 anos e pode-se dizer que está a descansar de todo o trabalho que teve pela sua vida fora.


Inês Morais

A vida nas décadas de 30 e 40 do séc. XX

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A minha avó, Maria Silvares Dâmaso, nasceu no dia 11 de Novembro de 1921, na Lardosa, freguesia do distrito de Castelo Branco.

Com 6 anos, sendo a mais velha dos seis irmãos, cuidava deles, todo o dia, enquanto os pais iam trabalhar para a fazenda. Mais tarde, com cerca de 8 anos, começou a ir trabalhar com os pais. Trabalhava de sol a sol e, quando tinha fome comia apenas pão ou frutos que colhia. Quando regressava a casa ajudava a mãe a fazer o jantar, que era à base do que tinha cultivado ou comprado nas feiras mensais.

Com 25 anos, deu-se a Guerra Civil em Espanha e a sua família passou grandes dificuldades, pois o governo mandou os agricultores mandar tudo o que produziam para Espanha e, os seus pais tinham de mandar a maioria das coisas para lá, sendo agricultores.

Como as pessoas estavam todas na miséria, havia muitos ladrões e contrabandistas, como se pode ver neste testemunho que vou mostrar:

Uma vez, o meu pai comprou uma saca de farinha para nós comermos, foi feita uma denúncia e a polícia foi lá a casa, sem nós sabermos muito bem o que se passava. Levaram o meu pai para o posto e passou lá a noite. No dia seguinte, o meu pai chegou a casa e disse que a farinha tinha sido comprada a um ladrão e teve de pagar uma multa de 200 $, pois pensaram que tinha sido ele a roubá-la e não tinha como se defender.” – contou-me a minha avó.

E era assim a vida nas décadas de 30/40 do séc.XX, difícil e injusta, por vezes.




A minha avó em 1940

André Garrido Mesquita