O meu avô José Marques Micaelo nasceu, nos Escalos de Cima. No seu tempo, não havia tantos luxos como há agora, por isso passou por muitas dificuldades, como por exemplo ajudar o pai no campo. Mas, mesmo assim, teve a oportunidade de ir para a escola e aprender a ler e a escrever, uma coisa que muitos meninos da sua idade não tiveram possibilidade.
Como ele era o mais velho de 5 irmãos, teve de deixar a escola para poder voltar ao campo a ajudar o seu pai. Os rendimentos desta família baseavam-se num grande rebanho de ovelhas, das quais vendiam os borregos, faziam os queijos, a tosquia que era sempre uma festa e também semeavam feijão-frade, trigo e milho. E era esta a fonte de alimento desta grande família. O pai do meu avô deslocava-se, a pé, no Verão, para os baldios da Serra da Estrela, com o seu grande rebanho.
Aos 11 anos de idade foi aprender a ser canteiro e exerceu esta profissão até aos 28 anos. Depois disso, emigrou para a França, deixando a sua família. Quando regressou, com o dinheiro que tinha ganho, comprou um terreno, onde fez a sua actual casa, em que está bem visível a sua profissão de canteiro. Sendo uma profissão em vias de extinção, foi solicitado para trabalhar em vários locais, alguns deles foram Idanha-a-Nova e Monsanto, a aldeia mais antiga de Portugal.
E foi assim a vida dura do meu avô.
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