Sobre Nós

Somos a turma C do 9º ano da Escola Básica Integrada Cidade de Castelo Branco.

Sobre este Blog

Vai ser utilizado para fixar os trabalhos da disciplina de Área de Projecto dos alunos.

Sociedade de consumo

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O texto que eu vou redigir diz respeito ao tempo em que a minha mãe entrou em sociedade de consumo.
A minha mãe nasceu a 1 de Abril de 1971, em França, e começou desde nova a trabalhar na agricultura, não podendo assim gastar o seu salário em bens para si própria, mas sim para ajudar a família nas despesas da casa. Durante a sua infância, em França, tinha televisor e rádio, mas aos 13 anos, com a sua vinda para Portugal, perdeu esses bens e na aldeia onde habitava não havia luz eléctrica. Não tinha televisão, rádio ou electrodomésticos. O único televisor que existia na aldeia era a bateria.
Aos 20 anos, entrou no mercado de trabalho e durante alguns anos poupou dinheiro, para mais tarde comprar a sua primeira casa. Ao se casar, em Agosto de 1993, alugou uma casa e, anos mais tarde, acabou por a comprar.
O que demorou mais a ser adquirido foi o carro. Só em 1999, é que foi possível ter em sua posse o primeiro automóvel. O primeiro telemóvel que possuiu foi em 2000.
Com este testemunho, pude concluir que a minha mãe entrou na sociedade de consumo quando se casou. Teve de gerir as suas finanças com a alimentação, o vestuário, os empréstimos feitos ao banco, as despesas essenciais à manutenção da casa e a educação dos filhos.


Leandro Raposo

Um GNR ponderado

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Entrevista ao senhor Manuel Moroso, nascido a 1 de Julho de 1939, natural de Monte Goula e reformado da Guarda Nacional Republicana.
No dia 25 de Abril, quando ele comandava o posto de Vila Velha de Ródão, com a patente de cabo, ouviu, através dos órgãos de comunicação, que tinha havido uma revolução, chamada a Revolução dos Cravos, que pôs termo ao regime salazarista.

Em face disso, viveram-se períodos perturbadores da ordem social e Manuel, praticamente sozinho no seu posto, ficou com grandes dúvidas sobre qual o caminho que tinha que seguir, pois não sabia a quem obedecer e não tinha como comunicar com alguém. Ficou então a aguardar ordens dos seus superiores.

Graças à sua ponderação e ao seu comportamento e apartidarismo político, no contacto com as populações e autoridades civis, soube sempre continuar no cumprimento da sua missão.

Referenciou ainda que se lembra das músicas que passavam na rádio, tais como “Grândola Vila Morena”, e “Uma Gaivota Voava…” e que ouvia ainda o povo dizer “Vem aí uma bancarrota”.


Gonçalo Ventura

A vida não era fácil

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A história que vou relatar foi-me contada pela minha avó paterna, Maria Silvares Dâmaso e pelo meu avô paterno, Francisco Domingues Mesquita, que nasceram ambos em 1921 e, nesta altura, tinham cerca de 30 anos.
Nesta altura, os meus avós trabalhavam na agricultura, numa quinta arrendada. Viviam do que produziam e do que conseguiam vender na praça, o que por vezes não era muito, pois, naquela época a maioria da população vivia também da agricultura.
Os meus avós não percebiam muito de política, mas viviam com medo do que ouviam dizer e sobretudo da guerra do ultramar e o meu avô, grande apoiante do Salazar, lá ia dizendo: “Esse homem é o melhor do mundo”.
O país estava muito pobre, e já há a algum tempo que os meus avós passavam dificuldades, o que os obrigou a emigrarem para França, em 1965, há procura de sustento para si e para os seus três filhos mais novos, já que a mais velha tinha arranjado emprego.
A vida nos anos 50/60 em Portugal não era muito fácil o que levou muitas famílias a emigrarem, especialmente para França.













Fig.1 – Os meus avós nos anos 50/60

André Mesquita

Isto não pode continuar assim

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A história que vou relatar a seguir foi-me contada pela minha tia Clarisse Dâmaso Domingues Mesquita, que, na altura tinha 30 anos.
Nos dias antes da revolução, ouviam-se muitos rumores de que algo estaria para acontecer e, as frases do tipo: “Isto não pode continuar assim!” e “Qualquer dia vai haver uma revolta”, eram ditas pela maioria das pessoas em grupos reduzidos, sob ameaça da PIDE.
As pessoas andavam com medo e revoltadas pelo facto dos seus familiares e amigos estarem na guerra do ultramar e não saberem nada deles.
A minha tia trabalhava nos CTT (correios) e não percebia o que se passava pois estava abstraída da política.
Na manhã do dia 25 de Abril, ao dirigir-se para o emprego, ouvia dizer que estava a decorrer a Revolução do 25 de Abril e, durante todo o dia passou na rádio a música “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, que tinha dado inicio à revolução.
O trabalho foi passado a receber telegramas das pessoas de Castelo Branco que eram depois enviados para os seus familiares lisboetas a dizer que não saíssem de casa e que ouvissem as notícias, o que causou medo pelo que se estaria a passar em Lisboa.
E foi assim o 25 de Abril visto por uma jovem de 30 anos que ainda pouco sabia acerca da política, mas visto também pela maioria das pessoas que não sabia o que se passava.










André Mesquita

A Revolução dos Cravos no Vidigal

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O meu avô, Abílio Mateus, nasceu a 14 de Novembro de 1936 e foi criado no Vidigal, onde ainda reside.

Ainda não havia luz eléctrica, no 25 de Abril, e também ainda não havia estradas em condições de passarem carros para o caso de ser preciso.

A vida antes era muito dura, após o 25 de Abril a vida mudou muito, as conversas entre as pessoas começaram a ser cada vez mais abertas e os trabalhadores já não eram tão castigados nos seus trabalhos. Os salários também tiveram alterações, pois começaram a ser mais altos.

Havia muitos agentes da PIDE em todas as povoações e ninguém sabia quem eram, havendo muita desconfiança entre todas as pessoas.

A Revolução dos Cravos deu-se, no dia 24 para o dia 25, mas no Vidigal só se soube no dia 25, através da rádio.

Naquele tempo, o padre tinha muita influência, salvando até algumas pessoas apanhadas a tentar imigrar sem autorização.

O dia da Revolução dos Cravos não foi celebrado na terra do meu avô. Para estes moradores, era um dia igual aos outros, um duro dia de trabalho.

Após este dia, as pessoas já podiam falar do que quisessem e puderam assim emigrar com mais frequência em busca de uma vida melhor. Na terra do meu avô, foram algumas pessoas presas por tentarem imigrar sem autorização.

Muitos agentes da PIDE foram presos depois do 25 de Abril, embora ainda tivessem muitos ficado em liberdade, porque ninguém sabia quem eles eram.

Quase todas as pessoas melhoraram a sua vida, após o 25 de Abril.

O Vidigal só teve progresso depois do 25 de Abril, antes era uma aldeia “morta”, tal como as aldeias que circundam o Vidigal.

Podemos então concluir que a Revolução dos Cravos foi muito importante para todas as pessoas que viviam naquela época, que assim conseguiram que a sua vida fosse muito menos dura.

João Rente


Regime Salazarista

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Entrevista ao senhor Manuel Moroso, nascido a 1 de Julho de 1939, natural de Monte Goula e reformado da Guarda Nacional Republicana. Viveu na aldeia até aos 20 anos de idade.

Em 1960 ingressou nos serviços militares obrigatórios, tendo sido posteriormente colocado na G.N.R, onde prestou serviços em vários pontos do País, atingindo o topo da carreira de sargento (Sargento-Mor).
Manuel Moroso referiu-me que na época de Salazar era um tempo de opressão política, não havendo liberdade de expressão. Vivia-se um período de perseguição política. Quando se estava nos cafés, as pessoas estavam sempre com o medo de conversar, pois tinham receio de estarem a ser espiadas pela PIDE.

Profissionalmente, ganhava por mês pouco mais de 1000 escudos, era trabalho duro e muito controlado, fazendo várias patrulhas a pé, dia e noite.

Como exemplo do controlo duro deste regime, até para a utilização de um insqueiro era preciso estar munido de uma licença; os animais que transportassem carga na via pública teriam de ter uma licença, chamada imposto de trânsito. Os produtores agrícolas também tinham de pagar um imposto sobre o que produziam.

Mais tarde, este regime foi aliviado com a subida ao poder do Doutor Marcelo Caetano.

Com este testemunho, podemos concluir que a vida na época do salazarismo era muito dura e nem sempre justa.

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Gonçalo Ventura

A sociedade alemã nos anos 60/70

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Nos anos 60/70 a sociedade Alemã já estava muito evoluída, todas as pessoas já tinham entrado em sociedade de consumo, ou seja, já possuíam televisão que naquela época ainda era a preto e branco e a 1ª emissão dava só a partir das 16h/17h e também já tinham o seu próprio carro.

Nessa altura, as pessoas começaram a trocar os campos pelas fábricas, nestas só trabalhavam homens e imigrantes, as mulheres alemãs só passaram a trabalhar em meados dos anos 70 e lá o ordenado era superior ao de Portugal.

Na Alemanha as pessoas eram civilizadas, bem-educadas, acolhiam de forma civilizada os imigrantes e tinham uma cultura muito vasta, porque quase todos tinham o 12º ano concluído.

Semanalmente chegavam folhetos às casas das pessoas com os horários das missas ou casamentos, baptizados, comunhões.

Todas as habitações possuíam electricidade, rede de esgotos, canalização e nos quintais havia o seu próprio contentor do lixo e mensalmente fazia-se a recolha do chamado ‘lixo grosso’ que era por exemplo, o mobiliário, electródomesticos, etc.

As ruas estavam todas alcatroadas e sempre limpas e de meia em meia hora havia sempre um transporte público. Nas passadeiras permanecia uma pessoa reformada que ajudava principalmente as crianças e os idosos a atravessarem a estrada.

As escolas primárias estavam todas equipadas com piscina, salas de audiovisuais e grandes ginásios, e para que os imigrantes Portugueses continuassem a aprender a sua língua materna, o Estado pagava a professores para lhes dar aulas.

Não existiam centros de saúde, os médicos possuíam o seu próprio consultório, e as consultas e as idas ao dentista eram gratuitas.Cada pessoa tinha o seu médico de família, e quem precisasse de fazer tratamentos prolongados, tinha direito a 6 semanas de termas gratuitas. Nas aldeias havia no mínimo dois médicos, dois dentistas e uma farmácia.

De facto, podemos concluir que a Alemanha estava muito evoluída, quer a nível da medicina, do ensino e do quotidiano das pessoas.


Nadine Teles

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O país faz a diferença

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A entrada em sociedade consumo depende, em grande parte, do país de residência.

No caso da minha mãe, nascida em 1965, natural de Lourenço Marques (Moçambique), desde que se lembra, sempre teve: frigorifico, rádio, fogão, entre outros. Nesse tempo, já praticava ginástica, adquirindo os respectivos equipamentos (sapatinhas e fardamento), e música.

Em contrapartida, o meu pai, nascido no mesmo ano, entrou em sociedade consumo muito posteriormente, por volta dos anos 80, visto residir numa aldeia de Castelo Branco (Lisga). Isto devia-se ao seu fraco grau de evolução.

Não havia electricidade e por isso não se utilizava o frigorífico. Do mesmo modo, o fogão não era utilizado, pois os alimentos eram cozinhados na lareira. Na aldeia, as pessoas eram pobres, para comprarem gás e fogões a gás.

Uma das coisas que o meu pai realça é o facto de, naquela época (anos 80), apenas usufruir de 2 pares de sapatos, uns para trabalhar e outros para os domingos.

Por aqui se confirma que, apesar da mesma idade, mas residirem em países diferentes, fez a diferença.

Fig. 1 - Sapatos


Fig. 2 - Rádio


Fig. 3 - Frigorífico

Cláudia Dias