O meu avô, Abílio Mateus, nasceu a 14 de Novembro de 1936 e foi criado no Vidigal, onde ainda reside.
Ainda não havia luz eléctrica, no 25 de Abril, e também ainda não havia estradas em condições de passarem carros para o caso de ser preciso.
A vida antes era muito dura, após o 25 de Abril a vida mudou muito, as conversas entre as pessoas começaram a ser cada vez mais abertas e os trabalhadores já não eram tão castigados nos seus trabalhos. Os salários também tiveram alterações, pois começaram a ser mais altos.
Havia muitos agentes da PIDE em todas as povoações e ninguém sabia quem eram, havendo muita desconfiança entre todas as pessoas.
A Revolução dos Cravos deu-se, no dia 24 para o dia 25, mas no Vidigal só se soube no dia 25, através da rádio.
Naquele tempo, o padre tinha muita influência, salvando até algumas pessoas apanhadas a tentar imigrar sem autorização.
O dia da Revolução dos Cravos não foi celebrado na terra do meu avô. Para estes moradores, era um dia igual aos outros, um duro dia de trabalho.
Após este dia, as pessoas já podiam falar do que quisessem e puderam assim emigrar com mais frequência em busca de uma vida melhor. Na terra do meu avô, foram algumas pessoas presas por tentarem imigrar sem autorização.
Muitos agentes da PIDE foram presos depois do 25 de Abril, embora ainda tivessem muitos ficado em liberdade, porque ninguém sabia quem eles eram.
Quase todas as pessoas melhoraram a sua vida, após o 25 de Abril.
O Vidigal só teve progresso depois do 25 de Abril, antes era uma aldeia “morta”, tal como as aldeias que circundam o Vidigal.
Podemos então concluir que a Revolução dos Cravos foi muito importante para todas as pessoas que viviam naquela época, que assim conseguiram que a sua vida fosse muito menos dura.
João Rente
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