A minha mãe nasceu a 1 de Abril de 1971, em França, e começou desde nova a trabalhar na agricultura, não podendo assim gastar o seu salário em bens para si própria, mas sim para ajudar a família nas despesas da casa. Durante a sua infância, em França, tinha televisor e rádio, mas aos 13 anos, com a sua vinda para Portugal, perdeu esses bens e na aldeia onde habitava não havia luz eléctrica. Não tinha televisão, rádio ou electrodomésticos. O único televisor que existia na aldeia era a bateria.
Aos 20 anos, entrou no mercado de trabalho e durante alguns anos poupou dinheiro, para mais tarde comprar a sua primeira casa. Ao se casar, em Agosto de 1993, alugou uma casa e, anos mais tarde, acabou por a comprar.
O que demorou mais a ser adquirido foi o carro. Só em 1999, é que foi possível ter em sua posse o primeiro automóvel. O primeiro telemóvel que possuiu foi em 2000.
Com este testemunho, pude concluir que a minha mãe entrou na sociedade de consumo quando se casou. Teve de gerir as suas finanças com a alimentação, o vestuário, os empréstimos feitos ao banco, as despesas essenciais à manutenção da casa e a educação dos filhos.