Manuel Cardoso era soldado da Guarda-Fiscal, na altura de 1974. Na noite do 25 de Abril, estava de sentinela, no posto da Cruz da Pedra. No meio da noite, ligaram o rádio e começaram a ouvir “Houve um golpe de estado.” “Houve um golpe de estado.”
Durante toda a noite, não se ouvia outra coisa no rádio. Quando amanheceu, Manuel Cardoso estava a preparar-se para ir para casa, quando o capitão Salgueiro mandou todos os soldados ficar de prevenção. Continuaram o serviço, enquanto o capitão Salgueiro esperava no seu gabinete se era necessário actuar ou não.
“Foi tudo muito pacífico, o pessoal recebeu aquilo tudo com satisfação e alegria.”, afirma Manuel Cardoso.
O capitão Salgueiro Maia ordenou às tropas que fossem para o Quartel do Carmo, onde estava escondido Marcello Caetano. Lá para o final do dia, Marcello, finalmente, rendeu-se.
25 de Abril, Lisboa.
“Foi uma alegria para nós, finalmente pudemos ir para casa.
Houve manifestações, uns gritavam para ali, outros gritavam para outro lado, tudo a festejar. Distribuíram cravos às pessoas, na rua. Era uma festa!”.
Manuel Cardoso conta que nunca se sentiu tão satisfeito, como naquele momento.
Manifestação no meio da rua
Joana Rita Gonçalves
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